Aos 68 anos, Fafá de Belém tem se destacado como uma voz poderosa no ativismo ambiental, lutando pela conscientização sobre a mudança climática e a preservação da Amazônia. Em 2025, com a COP 30 acontecendo em Belém, a cantora vê o evento como uma oportunidade para dar visibilidade e voz aos povos amazônicos, permitindo que suas demandas sejam finalmente ouvidas no cenário global.
No entanto, a artista expressa preocupação com a apropriação superficial de discursos sobre a Amazônia, sem considerar as necessidades reais das comunidades locais. “Vivemos em uma região gigantesca, falada e propagada, mas onde a miséria grassa. Belém tem um dos piores índices de saneamento básico do Brasil, apenas 2% da população da cidade tem tratamento de esgoto”, alerta Fafá, questionando se os líderes da COP realmente olharão para essas questões fundamentais.
A cantora, que também está organizando o Fórum e Varanda de Nazaré 2025, um evento para convidados durante o Círio de Nazaré, destaca que a mudança climática é uma luta urgente. “Se todos não tomarem consciência, daqui a cinco anos estará irreversível”, adverte. Para ela, é vital que as discussões sobre a Amazônia se baseiem na realidade das comunidades que vivem na região, sem distorções ou interesses externos que desconsiderem as necessidades locais.
Fafá vê a COP 30 como uma chance de destacar a cultura e a arte amazônicas, celebrando a diversidade da região e defendendo os direitos dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e todos aqueles que, de alguma forma, fazem parte dessa rica tapeçaria cultural. “Temos uma oportunidade gigantesca para nos fazermos presentes”, afirma, convocando todos a defenderem a identidade amazônica e as reais necessidades de sua gente.
A cantora reforça que a luta é coletiva, não apenas de quem nasce na Amazônia, mas de todos que, direta ou indiretamente, dependem da preservação dessa rica biodiversidade para o equilíbrio do planeta.