As operações Curupira e Amazônia Viva, coordenadas pelo governo do Pará, têm se mostrado eficazes na redução do desmatamento e degradação ambiental no estado. Em 2024, as ações integradas de fiscalização, realizadas por diversos órgãos estaduais, resultaram no embargo de mais de 37 mil hectares de áreas utilizadas para atividades ilegais, como desmatamento e garimpo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que essas medidas levaram a uma queda de 28,4% no desmatamento, com a área devastada reduzida de 3.299 km² para 2.362 km². Essa diminuição é um reflexo de uma tendência de queda observada nos últimos três anos.
As operações fazem parte do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), que combina fiscalização rigorosa com a promoção de alternativas econômicas sustentáveis. Além de combater crimes ambientais, as ações reforçam o compromisso do estado em fomentar uma economia de baixa emissão de carbono.
Resultados das Operações em 2024
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), as operações Curupira e Amazônia Viva embargaram 37.783 hectares em 2024, desarticularam diversas atividades ilegais e realizaram importantes apreensões. Entre as ações mais relevantes, estão:
- Fechamento de quatro garimpos clandestinos
- Destruição de 82 acampamentos ilegais
- Apreensão de 9,5 mil metros cúbicos de produtos florestais
- Confisco de 272 maquinários utilizados em crimes ambientais
Essas ações foram coordenadas pela Semas em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o Corpo de Bombeiros Militar e as polícias Militar, Civil e Científica. A integração dessas forças ampliou o alcance da fiscalização, com foco em áreas críticas como São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso.
Incentivo à Economia Sustentável
Simultaneamente aos esforços de repressão ao desmatamento ilegal, o governo do Pará tem avançado na implementação de alternativas econômicas sustentáveis, buscando equilibrar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico. Iniciativas como o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN-PA) e o Projeto Valoriza Territórios Sustentáveis (Valoriza TS) têm incentivado práticas que mantêm a floresta em pé, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais.
O Valoriza TS remunera produtores rurais pela conservação ambiental, ajudando a preservar áreas de vegetação nativa, enquanto o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) foca no incentivo à economia local por meio do uso sustentável da biodiversidade. Além disso, o Pará fortaleceu a estratégia REDD+, que visa converter os pagamentos por créditos de carbono em políticas sociais para as comunidades locais.
O governador Helder Barbalho enfatizou a importância dessas ações ao afirmar que o Estado tem mostrado que a floresta viva pode gerar valor econômico e social. “Combinando fiscalização rigorosa com alternativas econômicas sustentáveis, estamos conseguindo reduzir o desmatamento e consolidar um modelo que beneficia tanto a preservação ambiental quanto a economia local”, afirmou.
Exemplos concretos desses projetos podem ser vistos em produtores como Oswaldo Wagner, criador de gado e produtor de cacau em São Félix do Xingu, que é beneficiado pelo Projeto Valoriza TS. Wagner mantém 99% de sua propriedade de 78 hectares preservada com o apoio financeiro do programa. “O Valoriza TS ajuda o produtor que se esforça para preservar o meio ambiente. As verbas realmente chegam à ponta, para quem precisa”, afirmou.
Wagner também destacou a relevância das operações de combate aos crimes ambientais no processo de conscientização dos produtores. “Essas ações ajudam a conscientizar os produtores sobre a necessidade de mudar hábitos, como evitar a queima de pastagens e o desmatamento ilegal”, concluiu.
Perspectivas
A abordagem integrada do governo do Pará, que combina fiscalização rigorosa com incentivos à economia sustentável, tem mostrado resultados positivos na redução do desmatamento e na promoção de práticas ambientais responsáveis. Raul Protazio Romão, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, destaca que as reduções consecutivas no desmatamento refletem a eficácia das políticas implementadas. “Queremos continuar inibindo os crimes ambientais e garantir alternativas reais de baixo impacto ambiental para as comunidades locais”, conclui.
Com essas políticas, o Pará reafirma seu protagonismo na preservação da Amazônia, provando que é possível aliar a conservação ambiental à geração de oportunidades econômicas para a população.