O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 4 de dezembro, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), que apresenta uma análise detalhada das condições de vida da população brasileira. Os dados para o estado do Pará mostram avanços significativos na redução da pobreza e da extrema pobreza entre 2022 e 2023. O percentual de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, definida pelo Banco Mundial como R$ 665 mensais, caiu de 47% para 39,2%. Já a extrema pobreza, com uma linha de R$ 209 mensais, apresentou uma queda de 7,5% para 5,7%.
Esses avanços são atribuídos principalmente aos programas sociais federais implementados a partir de 2023, primeiro ano do governo Lula. Segundo o estudo, sem essas iniciativas, a pobreza teria aumentado significativamente, com a extrema pobreza subindo de 5,7% para 17%, e a pobreza geral de 39,2% para 47,8%. Tais dados têm grande relevância para o monitoramento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 da ONU, que visa erradicar a pobreza em todas as suas formas até 2030.
No âmbito nacional, 2023 marcou um ano de avanços para o Brasil, que alcançou os menores índices de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica em 2012. De acordo com Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE, “a queda na pobreza em 2023 é resultado, principalmente, do dinamismo no mercado de trabalho e do aumento na cobertura de benefícios sociais”.
Impacto dos Programas Sociais e Melhora no Mercado de Trabalho
A pesquisa também revela a importância dos programas sociais na redução das taxas de pobreza e extrema pobreza. Além disso, o estudo destaca a redução da taxa de jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham no Pará. Em 2023, esse número caiu para 537 mil jovens, representando 23,4% da população jovem, a menor taxa desde o início da série histórica.
Desigualdade de Gênero e Raça
Apesar dos avanços, o estudo aponta que ainda existem desigualdades significativas no rendimento médio entre homens e mulheres e entre pessoas de diferentes raças. No Pará, em 2023, os homens recebiam, em média, R$ 2.268, enquanto as mulheres ganhavam R$ 2.029, refletindo uma diferença de 11,8%. As disparidades raciais eram ainda mais acentuadas: as mulheres pretas recebiam em média R$ 1.758, 41% menos do que as mulheres brancas, que ganhavam R$ 2.978.
Esses dados evidenciam os desafios persistentes para alcançar uma maior equidade de gênero e raça, mesmo com os avanços gerais nos indicadores de pobreza.
Conclusão
A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE fornece um panorama detalhado da evolução das condições de vida no Pará, destacando as melhorias no enfrentamento da pobreza e as questões que ainda precisam ser superadas, como desigualdade de renda e acesso a oportunidades de trabalho e educação para diferentes grupos sociais. A redução da pobreza no estado é um reflexo positivo das políticas públicas implementadas, mas a desigualdade de gênero e raça ainda representa um desafio importante para o desenvolvimento inclusivo.