O “Relatório Anual sobre Tendências de Esportes” do Strava, divulgado nesta semana, aponta que a corrida foi o esporte mais praticado globalmente em 2024, com o Brasil ocupando a segunda posição, com mais de 19 milhões de corredores ativos.
Além disso, o Brasil apresentou um aumento significativo no número de clubes de corrida, com um crescimento de 109% no número de grupos, quase o dobro da média mundial de 59%. Houve também um aumento de 9% no número de maratonas, ultramaratonas e provas de longa distância realizadas no país.
A corrida de rua tem se tornado cada vez mais popular, especialmente nos grandes centros urbanos, atraindo aqueles que buscam um estilo de vida mais saudável e ativo. A adrenalina das competições e o prazer da superação pessoal são fatores que alimentam a paixão pela modalidade. A Corrida de São Silvestre, que acontece em São Paulo anualmente, no dia 31 de dezembro, é um exemplo de evento de grande porte, que atrai milhares de participantes, muitos deles amadores.
Entretanto, a prática constante de corrida exige cuidados, pois pode resultar em lesões, devido ao impacto repetitivo e esforço contínuo. Fatores como o uso inadequado de calçados, sobrecarga física, falta de preparo muscular e técnica incorreta são alguns dos riscos envolvidos.
Lesões ortopédicas são comuns entre corredores, sendo a fascite plantar uma das mais frequentes. De acordo com Marcelo Tadeu Caiero, presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, essa lesão ocorre devido à inflamação da fáscia plantar, um tecido que conecta o calcanhar aos dedos, gerando dor intensa na parte inferior do calcanhar, especialmente pela manhã ou após repousos prolongados.
Outra lesão recorrente entre corredores é a Síndrome da Banda Iliotibial (SBI), que causa inflamação da banda iliotibial, um tecido que vai do quadril até o joelho, gerando dor na parte externa do joelho e dificultando a continuidade da atividade física. Além dessas, lesões musculares, bursite de quadril, pequenas fraturas ósseas por estresse e problemas relacionados ao joelho também são frequentes.
O especialista recomenda que, em caso de dor persistente, o corredor procure um médico para diagnóstico e tratamento adequado. Para prevenir essas lesões, é importante usar calçados adequados, realizar aquecimentos e alongamentos, aumentar a intensidade dos treinos gradualmente, alternar os tipos de treino, descansar corretamente, manter uma boa hidratação e uma alimentação balanceada.
Riscos de atropelamento também devem ser considerados
Além das lesões musculares e articulares, quem corre nas ruas precisa estar atento aos perigos de atropelamentos. Em outubro, a influenciadora digital brasileira Fernanda Carolina Lind Silva, de 31 anos, faleceu após ser atropelada enquanto corria em Paris, onde morava. Ela foi atingida por um carro ao atravessar uma rua na faixa de pedestres, sofrendo fraturas graves, incluindo na clavícula, costelas e uma lesão severa na cabeça.
De acordo com o ortopedista Marcelo Tadeu Caiero, os atropelamentos geralmente ocorrem quando os corredores utilizam vias públicas com grande fluxo de veículos, cruzam ruas de forma descuidada ou correm em horários com baixa visibilidade. Para minimizar esses riscos, é recomendado correr em locais seguros, como parques ou áreas fechadas, usar roupas refletivas, evitar fones de ouvido em volume alto e sempre seguir as regras de trânsito e sinalização.
