A PCRR (Polícia Civil de Roraima), através do 1° DP (Distrito Policial), iniciou na manhã desta segunda-feira, 07, a operação chamada “Praga Financeira”. O propósito da ação foi cumprir um mandado de prisão, além de realizar buscas e apreensões em relação ao empresário Paulo Wires Alves do Nascimento, de 27 anos. No entanto, durante a operação, os policiais não conseguiram localizar o suspeito, que agora é considerado foragido. Ele é alvo de investigações por diversos casos de estelionato, que geraram um prejuízo estimado em mais de R$ 3 milhões para várias vítimas.
A operação teve o suporte dos delegados Vinícius Gonçalves e Pedro Ivo, além das equipes do GRI (Grupo de Resposta Imediata), que colaboraram de forma integrada na execução das ordens judiciais. Segundo a delegada Jéssica Muniz, que lidera as investigações, Paulo Wires é reincidente em crimes de estelionato, utilizando essa prática como sua principal fonte de rendimento. Em investigações anteriores, já havia indícios de sua conduta fraudulenta e reiterada. Até o momento, pelo menos dez vítimas foram oficialmente identificadas, mas o número real pode ser ainda maior.



Vítimas
De acordo com as investigações, o indivíduo em questão perpetrava fraudes, direcionando suas ações, em sua maioria, contra empresários e produtores do setor agropecuário.
“A estratégia criminosa consistia na oferta de insumos agrícolas — como sementes, fertilizantes e outros materiais — a preços significativamente abaixo dos praticados no mercado. Para viabilizar a negociação, o investigado exigia pagamento antecipado, alegando necessidade de repasses aos fornecedores e transportadoras. No entanto, após o recebimento dos valores, os produtos não eram entregues, e os clientes não conseguiam mais contato com ele”, explicou a delegada.
Ainda segundo Jéssica Muniz, os crimes praticados pelo acusado, tratam-se de um esquema muito bem articulado:
“O investigado utilizava empresas legalmente constituídas, como a Rhondevea Comércio Agroind Laboratoriais Ltda e a Agrocienes Brasil Serviço e Comércio Ltda, apresentando CNPJ válido para transmitir credibilidade às vítimas e assim efetivar os golpes”, detalhou a delegada.
A delegada também esclareceu que o suspeito tem realizado suas atividades em Roraima desde 2022, período em que perpetrou diversas fraudes.
“Ele aplicava desde pequenos golpes, como abastecer o carro e fugir sem pagar, até fraudes maiores, como falsas vendas de produtos. Também aplicava golpes em restaurantes. Em muitos desses casos, por se tratar de valores mais baixos, algumas vítimas sequer registraram boletim de ocorrência”, afirmou.
Prisão preventiva
Diante da gravidade da situação e com o intuito de impedir a ação criminosa do acusado, a delegada solicitou à Justiça a prisão preventiva dele, além de mandados para busca e apreensão em sua residência, a quebra de sigilos bancário e fiscal, e o sequestro de bens. O Poder Judiciário atendeu a todos esses pedidos.
A Polícia Civil executou as ordens judiciais simultaneamente em três locais diferentes: na casa de Paulo Wires, situada no bairro Paraviana, e em dois imóveis comerciais relacionados às empresas envolvidas no esquema, nos bairros Parque Caçari e Centro. Durante as operações, os policiais conseguiram apreender diversos itens de alto valor, incluindo eletrônicos de última geração, veículos, joias e equipamentos relacionados à atividade agrícola.
Apesar do sucesso na execução das medidas judiciais, o investigado não foi encontrado e permanece foragido. A Polícia Civil de Roraima (PCRR) continua as investigações para localizá-lo, identificar possíveis cúmplices e buscar a reparação dos danos causados às vítimas.



Praga Financeira
A Operação Praga Financeira, como o título indica, foi realizada com a intenção de eliminar uma verdadeira “praga” que tem causado sérios prejuízos à economia do estado. Além de afetar o agronegócio, Paulo Wires também impactou comerciantes, pequenos empreendedores, prestadores de serviços e cidadãos em geral, aplicando fraudes por meio de diversas táticas.
O nome da operação faz alusão ao setor agropecuário, onde o suspeito realizou a maioria de suas fraudes, utilizando o termo “praga” para descrever algo prejudicial que se espalha e destrói. Ao mesmo tempo, essa denominação evidencia o investigado como uma ameaça financeira constante, que não só afetou a produção agrícola, mas também diversos outros setores da economia local, deixando um rastro de vítimas ao longo dos últimos anos.
“A operação é uma resposta direta da Polícia Civil para combater a atuação persistente e danosa desse investigado, que se infiltrava no mercado apresentando-se como empresário sério, quando na verdade construía um histórico de enganações e prejuízos”, ressaltou a delegada.
As investigações prosseguem com a finalidade de encontrar Paulo Wires, identificar possíveis colaboradores e assegurar a reparação dos danos ocasionados às vítimas. De acordo com a delegada, qualquer informação que ajude na localização do acusado Paulo Wires Alves do Nascimento pode ser enviada de forma anônima ao Disque-Denúncia.
Existem quatro formas de contato disponíveis: através dos telefones 197 e 181, pela internet, por e-mail ou via WhatsApp, acessando o site oficial da instituição: policiacivil.rr.gov.br.